Regência Nominal e Verbal

 

Regência Verbal e Nominal

A regência nominal e a regência verbal são aspectos importantes da gramática da língua portuguesa. Ambas tratam da relação entre um termo regente e os termos regidos, ou seja, da maneira como palavras específicas exigem a presença de outras para completar o seu sentido. Enquanto a regência nominal está ligada aos nomes (substantivos, adjetivos ou advérbios), a regência verbal refere-se à relação estabelecida pelos verbos com seus complementos. Por meio dessas estruturas, é garantida a clareza e a coerência das frases, especialmente em contextos formais.

Regência Nominal

A regência nominal refere-se à relação entre um nome (seja ele um substantivo, um adjetivo ou um advérbio) e os termos que o acompanham para completar seu significado. Geralmente, essa relação é intermediada por uma preposição, cuja escolha depende diretamente do nome regente.

Exemplos de regência nominal:

1. Com substantivos

Muitos substantivos exigem o uso de uma preposição específica para estabelecer uma relação com o termo regido.

• “O respeito aos professores deve ser incentivado.”

(O substantivo “respeito” exige a preposição “a”.)

• “A necessidade de atenção foi percebida.”

(O substantivo “necessidade” exige a preposição “de”.)

2. Com adjetivos

Os adjetivos também podem exigir complementos introduzidos por preposição.

• “Ele é favorável à proposta.”

(O adjetivo “favorável” exige a preposição “a”.)

• “Estou contente com o resultado.”

(O adjetivo “contente” exige a preposição “com”.)

3. Com advérbios

Alguns advérbios também mantêm uma relação regida por preposições específicas.

• “Agiram contrariamente às regras.”

(O advérbio “contrariamente” exige a preposição “a”.)

• “Ele agiu indiferente aos fatos.”

(O advérbio “indiferente” exige a preposição “a”.)

O domínio da regência nominal requer atenção às palavras regentes, pois o uso incorreto da preposição pode alterar o sentido da frase ou comprometer sua correção gramatical.

Regência Verbal

A regência verbal, por sua vez, trata da relação entre um verbo e seus complementos. Ela envolve a escolha correta das preposições, que é feita de acordo com as exigências de cada verbo. É por meio da regência verbal que o sentido das ações, estados ou processos descritos pelos verbos é completado.

Classificação dos complementos verbais:

• Objeto direto: quando o verbo não exige preposição.

• Objeto indireto: quando o verbo exige o uso de uma preposição.

Exemplos de regência verbal:

1. Verbos transitivos diretos

Os verbos transitivos diretos não exigem preposição para ligar-se ao seu complemento.

• “Ele comprou um livro.”

(O verbo “comprar” é transitivo direto e liga-se diretamente ao objeto “um livro”.)

2. Verbos transitivos indiretos

Os verbos transitivos indiretos exigem preposição para se conectarem ao complemento.

• “Ela gosta de música clássica.”

(O verbo “gostar” exige a preposição “de”.)

3. Verbos bitransitivos

Alguns verbos exigem dois complementos: um direto e outro indireto.

• “Ele ofereceu flores à mãe.”

(O verbo “oferecer” exige um objeto direto “flores” e um objeto indireto “à mãe”.)

4. Mudança de sentido com a preposição

Em alguns casos, a preposição altera completamente o significado do verbo.

• “Ele assiste o filme.” (no sentido de “ver”)

• “Ele assiste ao paciente.” (no sentido de “prestar assistência”)

5. Verbos pronominais

Alguns verbos reflexivos também apresentam regência verbal própria.

• “Ela se lembrou do compromisso.”

(O verbo “lembrar-se” exige a preposição “de”.)

Diferenças entre Regência Nominal e Verbal

Embora ambas tratem da relação entre termos, a regência nominal está associada aos nomes (substantivos, adjetivos e advérbios), enquanto a regência verbal refere-se à relação entre os verbos e seus complementos. Além disso, os nomes normalmente estabelecem essa relação por meio de complementos que especificam ou detalham o seu significado, enquanto os verbos a estabelecem para completar a ideia da ação ou estado que expressam.

Exemplo comparativo:

• Regência nominal: “Ele tem amor à família.”

(O substantivo “amor” exige a preposição “a”.)

• Regência verbal: “Ele ama a família.”

(O verbo “amar” não exige preposição.)

Casos Específicos e Dúvidas Comuns

Algumas palavras apresentam variações em sua regência dependendo do contexto ou do significado pretendido. Por isso, o uso correto deve ser observado com atenção.

“Obedecer” e “desobedecer” exigem a preposição “a”:

“Os alunos obedecem ao professor.”

“Preferir” não aceita a preposição “do que”:

“Prefiro cinema a teatro.”

A confusão entre as preposições ou a ausência delas é uma das dificuldades mais comuns para os falantes, especialmente em situações formais.

Conclusão

A regência nominal e verbal desempenha um papel essencial na construção de frases claras e gramaticalmente corretas. Enquanto a regência nominal estabelece a relação de nomes com seus complementos, a regência verbal regula a conexão entre verbos e os termos que completam seu sentido. A observância dessas regras é indispensável para uma comunicação eficaz, especialmente em contextos que exigem maior formalidade. Assim, a atenção à escolha das preposições e à estrutura da frase contribui significativamente para a precisão e a elegância do texto.

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