As orações subordinadas substantivas são aquelas que exercem, dentro de um período composto, a função de um substantivo. Em outras palavras, elas têm o papel de sujeito, objeto ou complemento em relação à oração principal. Essas orações são dependentes sintaticamente da principal, ou seja, não fazem sentido sozinhas e precisam estar ligadas a outra oração para terem significado.
Para identificar uma oração subordinada substantiva, basta observar que ela normalmente é introduzida por conjunções subordinativas como “que” ou “se”. Além disso, pode-se substituí-la por um substantivo ou por pronomes como “isso” ou “aquilo”. Se a substituição fizer sentido, é porque estamos diante de uma oração subordinada substantiva.
Classificação das Orações Subordinadas Substantivas
As orações subordinadas substantivas se dividem de acordo com a função que exercem dentro do período. São elas:
1. Subjetiva
A oração subordinada substantiva subjetiva exerce a função de sujeito da oração principal. Nesse caso, o verbo da oração principal é impessoal ou indica uma ação que depende do complemento para fazer sentido.
Exemplos:
• “É necessário que você estude mais.”
(Sujeito: “que você estude mais”)
• “Importa que todos cheguem cedo.”
(Sujeito: “que todos cheguem cedo”)
Dica: Substitua a oração subordinada por “isso”. Veja: “É necessário isso.” Faz sentido, logo é uma subordinada substantiva subjetiva.
2. Objetiva Direta
A oração subordinada substantiva objetiva direta funciona como objeto direto do verbo da oração principal, complementando-o sem a necessidade de preposição.
Exemplos:
• “Eu sei que você está cansado.”
(Objeto direto: “que você está cansado”)
• “Ele disse que voltaria amanhã.”
(Objeto direto: “que voltaria amanhã”)
Dica: Pergunte “o quê?” após o verbo principal. “Eu sei o quê?” Resposta: “Que você está cansado.” Isso confirma que é uma subordinada substantiva objetiva direta.
3. Objetiva Indireta
A oração subordinada substantiva objetiva indireta tem a função de objeto indireto do verbo da oração principal, complementando-o com a presença de uma preposição.
Exemplos:
• “Eu preciso de que me ajudem.”
(Objeto indireto: “de que me ajudem”)
• “Ele duvida se a proposta será aceita.”
(Objeto indireto: “se a proposta será aceita”)
Dica: A presença da preposição é um indicativo de que se trata de uma objetiva indireta.
4. Predicativa
A oração subordinada substantiva predicativa exerce a função de predicativo do sujeito. Geralmente, aparece ligada a verbos de ligação, como “ser” ou “parecer”.
Exemplos:
• “O importante é que todos estejam unidos.”
(Predicativo do sujeito: “que todos estejam unidos”)
• “A verdade é que ele não veio.”
(Predicativo do sujeito: “que ele não veio”)
Dica: Substitua a oração subordinada por um adjetivo. “O importante é isso.” Funciona? Então é predicativa.
5. Completiva Nominal
A oração subordinada substantiva completiva nominal complementa um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) que aparece na oração principal. Esse nome geralmente exige complemento para ter sentido completo.
Exemplos:
• “Tenho medo de que não aceitem a proposta.”
(Complemento do substantivo “medo”)
• “Estamos confiantes de que tudo dará certo.”
(Complemento do adjetivo “confiantes”)
Dica: A presença de preposição antes da oração subordinada é comum aqui.
6. Apositiva
A oração subordinada substantiva apositiva funciona como um aposto, ou seja, explica ou especifica melhor algum termo da oração principal. Normalmente, é separada por dois pontos.
Exemplos:
• “Só desejo uma coisa: que você seja feliz.”
(Aposto de “uma coisa”)
• “Ele tinha um objetivo: que todos concordassem com o plano.”
(Aposto de “um objetivo”)
Dica: Essas orações geralmente aparecem depois de dois pontos, explicando ou detalhando algo.
Como Identificar as Orações Subordinadas Substantivas
Para identificar se uma oração é subordinada substantiva e qual a sua classificação, siga os passos:
1. Substitua a oração por “isso” ou “aquilo”. Se a substituição funcionar, é uma subordinada substantiva.
2. Identifique a função sintática que a oração desempenha na principal:
Se for sujeito, é subjetiva.
Quando for objeto direto, é objetiva direta.
Já se for objeto indireto (com preposição), é objetiva indireta.
Se for complementar um nome, é completiva nominal.
Se for aposto, é apositiva.
E se for predicativo do sujeito, é predicativa.
Exemplos Reunidos
• “É evidente que ele está certo.” (Subjetiva)
• “Todos sabiam que ela tinha razão.” (Objetiva direta)
• “Eles dependem de que você os ajude.” (Objetiva indireta)
• “O importante é que você não desista.” (Predicativa)
• “Estamos com medo de que algo dê errado.” (Completiva nominal)
• “Ele tinha uma certeza: que seria bem-sucedido.” (Apositiva)
Conclusão
As orações subordinadas substantivas são essenciais para enriquecer a comunicação, permitindo que ideias complexas sejam expressas