Pronomes Relativos

Pronomes relativosOs pronomes relativos desempenham um papel essencial na construção de períodos compostos, pois são responsáveis por conectar uma oração subordinada adjetiva à oração principal. Além dessa função de ligação, os pronomes relativos também exercem uma função sintática dentro da oração subordinada em que se encontram. Essas funções podem variar dependendo do contexto e da estrutura da frase, e é por meio delas que o pronome relativo contribui para dar coesão e clareza ao enunciado.

Os pronomes relativos mais usados na língua portuguesa são: que, quem, o qual (e suas variações: a qual, os quais, as quais), cujo (e suas variações: cuja, cujos, cujas), onde e quanto. Cada um deles pode assumir diferentes funções sintáticas, que são determinadas pela relação que estabelecem com os termos da oração subordinada.

Funções Sintáticas dos Pronomes Relativos

1. Sujeito

Os pronomes relativos podem ser utilizados como sujeito da oração subordinada adjetiva. Nesse caso, eles indicam quem pratica a ação do verbo presente na subordinada.

Exemplo:

• “O aluno que estuda diariamente obterá bons resultados.”

O pronome relativo “que” exerce a função de sujeito da oração subordinada “que estuda diariamente”. Ele substitui o termo “o aluno”, que é o antecedente.

Outro exemplo:

• “O livro que foi emprestado já está de volta.”

Aqui, “que” também é sujeito, pois está relacionado ao verbo “foi emprestado”.

2. Objeto Direto

Os pronomes relativos podem funcionar como objeto direto do verbo da oração subordinada. Isso acontece quando o verbo transitivo direto da subordinada exige um complemento sem preposição.

Exemplo:

• “O filme que assistimos ontem era muito bom.”

O pronome relativo “que” funciona como objeto direto do verbo “assistimos” dentro da oração subordinada “que assistimos ontem”. Ele substitui “o filme”.

Outro exemplo:

• “As histórias que você contou são incríveis.”

Nesse caso, “que” é objeto direto do verbo “contou”.

3. Objeto Indireto

Quando o verbo da oração subordinada exige um complemento precedido por preposição, o pronome relativo atua como objeto indireto.

Exemplo:

• “A pessoa a quem me referi é minha colega.”

O pronome relativo “a quem” exerce a função de objeto indireto, pois o verbo “referir-se” exige a preposição “a”.

Outro exemplo:

• “O projeto de que falamos foi aprovado.”

O pronome “de que” é objeto indireto, já que o verbo “falar” exige a preposição “de”.

4. Complemento Nominal

Os pronomes relativos também podem exercer a função de complemento nominal, quando completam o sentido de um substantivo, adjetivo ou advérbio presente na oração subordinada.

Exemplo:

• “Essa é a decisão de que todos têm medo.”

O pronome relativo “de que” é complemento nominal da palavra “medo”, pois completa o sentido dela.

Outro exemplo:

• “A ideia sobre a qual discutimos foi interessante.”

Aqui, “sobre a qual” é complemento nominal, pois complementa o sentido do substantivo “ideia”.

5. Agente da Passiva

Em orações subordinadas em voz passiva, os pronomes relativos podem exercer a função de agente da passiva, indicando quem realiza a ação sofrida pelo sujeito.

Exemplo:

• “A pessoa por quem o trabalho foi realizado merece reconhecimento.”

O pronome relativo “por quem” funciona como agente da passiva, ligado ao verbo “foi realizado”.

6. Adjunto Adverbial

Os pronomes relativos também podem ser utilizados como adjunto adverbial, indicando circunstâncias de lugar, tempo, modo ou causa.

Exemplo:

• “A cidade onde nasci é maravilhosa.”

O pronome relativo “onde” exerce a função de adjunto adverbial de lugar, pois indica o local onde a ação “nasci” ocorreu.

Outro exemplo:

• “O dia em que nos conhecemos foi especial.”

Nesse caso, “em que” funciona como adjunto adverbial de tempo, indicando o momento da ação.

7. Predicativo do Sujeito

Embora menos comum, o pronome relativo pode atuar como predicativo do sujeito dentro da oração subordinada.

Exemplo:

• “Ele não é o homem que aparentava ser.”

O pronome “que” funciona como predicativo do sujeito “o homem” dentro da subordinada.

Reconhecimento e Substituição

Uma dica prática para identificar a função sintática do pronome relativo é tentar substituir o pronome pelo termo que ele retoma. Por exemplo, na frase “A casa que foi vendida pertence a mim”, o pronome “que” substitui “a casa”. Depois, verifica-se qual é a relação do pronome com o verbo: no caso, “que” é o sujeito de “foi vendida”.

Além disso, os pronomes relativos podem ser analisados pela preposição que os acompanha. Se houver preposição, provavelmente o pronome será objeto indireto, complemento nominal, adjunto adverbial ou agente da passiva, dependendo do verbo ou do termo ao qual está relacionado.

Conclusão

Os pronomes relativos possuem uma função crucial na construção de orações subordinadas adjetivas. Eles não apenas ligam a oração subordinada à principal, mas também desempenham diversas funções sintáticas, como sujeito, objeto, adjunto adverbial ou complemento nominal, dependendo do contexto. Ao compreender as funções sintáticas dos pronomes relativos, é possível interpretar e construir frases mais coesas e claras, o que é essencial para uma boa comunicação escrita e oral.

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